Num mundo cheio de rótulos bonitos e promessas saudáveis, uma dúvida surge cada vez mais entre pais atentos: “Este alimento tem açúcar natural ou açúcar adicionado?” E quando aparece aquele tal de “concentrado de fruta”? Ai, complica!
Mas não te preocupes — vamos pôr ordem na mesa e esclarecer, de forma simples, o que distingue estes dois tipos de açúcar e porque isso faz toda a diferença na nutrição infantil.
Açúcar natural: O que é e onde está?
Os açúcares naturais são os que já existem no alimento, tal como a natureza os criou. Por exemplo:
- Frutose nas frutas;
- Lactose no leite;
- Glicose em vegetais e cereais integrais.
Estes açúcares vêm “embrulhados” em fibra, água, vitaminas e minerais. Ou seja, o corpo demora mais a digeri-los — o que evita picos de açúcar no sangue. Para além disso, ajudam na educação alimentar infantil, já que habituam o paladar ao doce verdadeiro, sem exageros.
Na prática? Comer uma maçã, uma banana ou uma fatia de meloa é completamente diferente de beber um néctar “100% fruta” empacotado ou engarrafado.
Açúcares Adicionados: Os Camuflados do Sistema
Já os açúcares adicionados são aqueles que a indústria coloca nos alimentos para os tornar mais doces. E não estamos só a falar do açúcar branco.
Incluem-se aqui:
- Xarope de glucose e frutose;
- Mel;
- Agave;
- Açúcar de coco;
- E sim… concentrado de fruta!
Parece natural, mas não é a mesma coisa. O concentrado de fruta, por exemplo, resulta da remoção da água da fruta — ficando só o açúcar. É como se pegasses em cinco maçãs e bebesses só o doce, sem fibra, sem saciedade, sem mastigação. Num produto dito “saudável”, este tipo de açúcar pode ser um verdadeiro lobo com pele de cordeiro.
E Porque é que Isso Interessa Tanto?
Na alimentação infantil, o consumo excessivo de açúcares adicionados está associado a:
- Aumento de peso e obesidade infantil;
- Maior risco de diabetes tipo 2;
- Problemas dentários;
- Dificuldades de concentração;
- E vício pelo sabor doce.
Ora bolas — tudo o que queremos evitar, certo?
Por isso, desde a introdução alimentar, é importante ensinar os bebés a gostar do sabor natural dos alimentos. Nada de sumos, bolachinhas “para bebé” com concentrado de uva ou papas “sem açúcar” mas cheias de xaropes escondidos.
Como Evitar os Adicionados e Valorizar os Naturais?
- Lê os ingredientes — não é na tabela nutricional que encontras a verdade, é na lista de ingredientes!
- Evita produtos com açúcar logo nos primeiros 3 ingredientes.
- Oferece fruta inteira, em vez de sumos ou purés prontos.
- Faz tu mesmo os snacks — há tantas receitas para crianças simples, sem açúcares adicionados, que são deliciosas e nutritivas!
Exemplos de Lanche Saudável Infantil
- Bolinhos de banana e aveia no forno;
- Iogurte natural com manga triturada;
- Pão escuro com pasta de abacate e tomate cereja.
Simples, naturais e amigos da alimentação saudável para crianças.
E a Alimentação Escolar?
Na alimentação escolar, o ideal seria que os produtos processados fossem limitados e que os menus respeitassem o equilíbrio nutricional. Mas nem sempre é assim, por isso, é importante conversar com a escola, rever os lanches enviados de casa e, sempre que possível, incluir as crianças no planeamento — faz parte da educação alimentar infantil.
Em Resumo
Nem todo o açúcar é igual. O natural vem num pacote completo, cheio de benefícios. O adicionado, mesmo com nomes bonitos, é aquele que queremos limitar — especialmente nos primeiros anos de vida.
A boa notícia? Com escolhas conscientes e uma pitada de criatividade, é fácil montar um cardápio infantil saudável, doce q.b., e cheio de sabor verdadeiro 🍌🥣✨