Ecrãs, sono e peso: A ligação silenciosa que os pais podem estar a ignorar

Agosto 29, 2025
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As crianças passam cada vez mais tempo agarradas a tablets, telemóveis e televisões. E não é só a vista que sofre. Há um elo silencioso entre excesso de ecrã, noites mal dormidas e aumento de peso — e ele é mais sério do que parece.

De acordo com estudos recentes da Sociedade Portuguesa de Pediatria, o tempo de ecrã excessivo reduz as horas e a qualidade do sono, o que altera hormonas cruciais para o metabolismo e a sensação de saciedade. Resultado? Mais apetite por alimentos calóricos e menos energia para brincar.


O que acontece no corpo

Quando a criança dorme pouco:

  • Aumenta a grelina — hormona que estimula a fome.
  • Diminui a leptina — hormona que indica saciedade.
  • O metabolismo abranda — menos gasto calórico, mais armazenamento de gordura.

E se ainda por cima está sentada durante horas a ver vídeos, o gasto energético cai a pique.


Recomendações de tempo de ecrã e sono

OMS sugere:

  • Crianças 3–4 anos: máximo 1 hora de ecrã por dia.
  • Crianças 5–12 anos: até 2 horas.

E no sono:

  • 3–5 anos: 10 a 13 horas por noite.
  • 6–12 anos: 9 a 12 horas.

Estratégias para um equilíbrio saudável

  • Desligar ecrãs 1 hora antes de dormir — ajuda o cérebro a “desacelerar”.
  • Criar rotinas: hora certa para jantar, para se preparar para dormir e para apagar luzes.
  • Trocar parte do tempo de ecrã por atividades físicas leves — um passeio em família pode fazer maravilhas.

O perigo não está apenas no que as crianças comem. Está também em como vivem, dormem e se movem. Limitar o tempo de ecrã e priorizar o descanso é tão vital para prevenir a obesidade quanto preparar um prato saudável.

Porque, no fundo, o corpo não engorda só à mesa — também engorda no sofá.

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