Deixar as crianças correrem livres é bom para o cérebro (e também para a relação com a comida)

Imagina um grupo de crianças a arrastar troncos, a discutir regras de um jogo inventado ou a explorar uma poça de lama como se fosse um mapa do tesouro. Sem adultos a controlar cada movimento, sem horários rígidos, sem ecrãs.
Este tipo de brincadeira livre e ao ar livre — apelidada até de feral child summer — está a ganhar atenção porque os cientistas mostram que faz maravilhas pelo cérebro infantil.

E se juntarmos esta liberdade ao que colocamos no prato? A ciência diz-nos que o brincar livre e a alimentação saudável têm mais em comum do que parece: ambos são treino para a vida.


O que acontece no cérebro quando as crianças brincam soltas na natureza

Investigadores como Ellen Beate Hansen Sandseter (Universidade Queen Maud, Noruega) têm mostrado que o chamado “brincar de risco” — subir árvores, equilibrar-se em troncos, inventar jogos — aumenta a independência, a autoconfiança e até a capacidade de avaliar riscos futuros.

Outros estudos apontam que correr, saltar e escalar ativa regiões profundas do cérebro ligadas à regulação emocional, enquanto reforça o córtex pré-frontal (responsável por planeamento e tomada de decisões) e o hipocampo (memória e orientação espacial).

Em termos simples: quando exploram a natureza, as crianças treinam competências cognitivas, sociais e motoras de forma muito mais rica do que num ambiente fechado e previsível.


Brincar livre e comer saudável: dois lados da mesma moeda

Assim como brincar na natureza exige experimentar, errar e tentar de novo, aprender a comer de forma saudável também é um processo de exploração.

  • Experimentar novos sabores é como subir a uma árvore: no início pode assustar, mas depois traz conquistas e confiança.
  • Negociar à mesa (“quero mais arroz, mas menos legumes”) é treino social tal como decidir as regras de um jogo.
  • Participar na cozinha dá às crianças o mesmo sentido de autonomia que construir uma cabana no jardim.

A ciência já demonstrou que envolver as crianças em escolhas alimentares — desde ir ao mercado até ajudar a preparar refeições — aumenta a aceitação de alimentos saudáveis e reduz a neofobia alimentar (medo de experimentar novos alimentos).


Um convite às famílias

Tal como defendem especialistas em desenvolvimento infantil, crianças precisam de espaço para brincar e explorar, mas também de comida real para crescer com saúde.

Ao unirmos natureza + alimentação saudável, damos às crianças dois presentes essenciais: cérebros mais fortes e corpos mais nutridos.


Já pensou em como as rotinas de familiares podem equilibrar tempo livre na natureza com refeições simples e verdadeiras? Pequenos gestos — um passeio ao ar livre seguido de um lanche com escolhas pensadas e equilibradas — podem ser sementes de um futuro mais resiliente, feliz e cheio de vitalidade.

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