Ansiedade Parental à Mesa: Quando Comer se Torna um Campo Minado

By admin
Maio 28, 2018
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Ninguém te avisa disto nos cursos pré-parto: que um dos maiores gatilhos de ansiedade vai ser… o prato do teu filho.

Comeu pouco.
Comeu mal.
Comeu demais.

E tu, ali no meio, com o coração aos pulos, a fazer contas mentais às gramas de ferro, às porções de legumes e ao número de colheres rejeitadas.

Bolas, como é que algo tão básico como alimentar pode gerar tanta angústia?

A resposta é simples: porque alimentar é, desde sempre, uma forma de cuidar. De amar. E quando o amor parece rejeitado (aquela birra monumental ao ver a sopa, por exemplo), tudo em nós entra em alerta.

Mas atenção: há um risco real de a nossa ansiedade começar a contaminar o momento da refeição.

Sinais de que a ansiedade já se sentou à mesa:

  • Começas a negociar cada garfada (“mais uma colher e vais brincar”);
  • Preocupas-te mais com a quantidade do que com o ambiente da refeição;
  • O teu humor depende do quanto ele comeu;
  • O prato vira palco de discussões diárias.

Se te revês nisto, respira. Não estás sozinho — e há formas de desarmar esta bomba emocional.

1. Confia no apetite da criança

Os miúdos são (mais do que imaginamos) bons a regular a fome. Há dias de leão e dias de passarinho. E está tudo bem. A consistência das ofertas alimentares é mais importante do que a ingestão pontual.

2. Foca-te no ambiente, não na performance

Refeições sem stress favorecem uma relação saudável com a comida. Se cada almoço for um teste, a ansiedade cresce… e o apetite desaparece.

3. Pára de contar calorias (literalmente ou não)

Em vez de fazer contas, observa padrões. Oferece alimentos variados ao longo da semana, sem entrar na espiral do “hoje não comeu proteína suficiente”.

4. Cuida da tua própria ansiedade

A ansiedade parental raramente vem sozinha. Junta-se ao cansaço, à pressão social, às comparações com outras famílias. Falar com um profissional, fazer pausas, dormir mais (quando possível) pode mudar tudo.

5. Aceita que nem tudo está no teu controlo

E isso não é falhar — é ser humano. O teu papel é oferecer. O deles, aceitar (ou não). Forçar, implorar, premiar… só alimenta a tensão.


A nutrição é importante, claro. Mas uma relação saudável com a comida pesa mais do que qualquer grama de brócolos.

E se a ansiedade estiver a mais… talvez esteja na hora de te servires primeiro de compaixão. 🍽️💛

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